Ela não é apenas mais uma supermoto de dois cilindros, mas o resultado de toda a experiência da Aprilia nas competições “supermotard”, uma modalidade em que a fábrica italiana coleciona muitos títulos, entre eles 4 mundiais desde 2004.
Seu motor é um compacto bicilíndrico em “V” a 90º com 4 válvulas por cilindro, duplo comando de válvulas e refrigeração líquida, que produz 92 hp de potência a 8.750 rpm, poderoso e radical, com todas as características de desempenho que fazem o sucesso das motos oficiais de competição da marca.
E vai além, ainda permite a possibilidade de escolha entre três opções de pilotagem, cada uma com um mapa específico de injeção eletrônica de combustível, que podem ser selecionados mesmo com a moto em marcha. “Chuva”, “Touring” e “Sport” são as três opções de condução disponíveis no quadro de comandos, compacto, sensível e de fácil leitura.
A opção menos radical é a versão “Chuva”, que evita todas as reações bruscas do motor principalmente nas baixas rotações tornando a entrega de potência muito mais controlada. A versão “Touring” é o escalão intermediário e a opção mais indicada para uma esticada estradeira sem stress e com economia de combustível. E na versão “Sport”, o seu comportamento é levado ao extremo: 100% de desempenho com um poderoso torque desde as baixas rotações e entrega de potência linear e totalmente aproveitável. Destaque também para a sua medida de capacidade volumétrica – 750 cc – que consegue, em parte graças à gestão eletrônica do motor, alcançar níveis de desempenho muito semelhantes ao das suas rivais de maior cilindrada.
A mais recente geração ECU gerencia todos os parâmetros do motor com uma CAN (Controlled Area Network), que transporta todos os sinais para um conjunto de instrumentos que incorpora um terminal de auto-diagnóstico.
Com um motor com essas características de desempenho, a fábrica não poderia descuidar da parte ciclística. E sua experiência nas competições é claramente notada na fabricação do chassis da SMV, um conjunto sólido e leve (possivelmente o mais leve da sua classe), uma estrutura multitubular de aço em treliça na parte superior que se une às seções laterais de alumínio igual nas motos do mundial de supemotard possibilitando surpreendente controle direcional, agilidade, precisão, elasticidade e rigidez torcional. O sistema de suspensões tem forquilha invertida com bengalas de 43 mm de diâmetro, 160 mm de curso e ajustes de pré-carga e amortecimento na dianteira, e um monoamortecedor na traseira, também ajustável e com os mesmos 160 mm de curso, cuja principal característica é estar fixado diretamente ao basculante pelo sistema Cantilever, situado na lateral direita do conjunto num acentuado grau de inclinação. O funcionamento das suspensões é bastante satisfatório graças ao seu longo curso, que permite uma perfeita absorção das irregularidades do piso.
O sistema de freios conta com dois grandes discos “wave” de 320 mm de diâmetro e pinças radiais de 4 pistões na dianteira, e disco simples de 240 mm de diâmetro com pinça de pistão único na traseira. Por seu dimensionamento de ação a sensibilidade do freio dianteiro é bastante radical principalmente quando se necessita de uma freada forte, mas pode ter um comportamento muito brusco em outras circunstâncias. Seria interessante que se pudesse configurar o desempenho dos freios de acordo com a escolha da opção de condução escolhida. Sua configuração original é ideal para a opção “Sport”, mas não é a melhor solução para a condução no modo “Chuva”.
O sistema de escape, com dois tubos fabricados em aço inoxidável situados embaixo do banco é dimensionado de acordo com a atual legislação sobre emissão de gases poluentes e o calor que eles desprendem não afeta o desempenho da suspensão traseira.
A Dorsoduro também vem equipada com embreagem hidráulica e acelerador eletrônico “Ride by Wire”, que controla a injeção de combustível mediante vários parâmetros e basicamente consegue otimizar o funcionamento do sistema para conseguir sempre um rendimento ideal.
Os recursos eletrônicos não ficam apenas no motor. A chave que comanda o sistema de ignição também tem um código que deve ser acionado a cada vez de dar partida, para evitar que a moto seja colocada em movimento a não ser com o equipamento original.
Quanto ao seu design e estilo, podemos dizer que é uma moto minimalista em essência, equipada apenas com o necessário. Com poucos plásticos e estrutura naked, tem visual agressivo como manda a categoria e ao mesmo tempo harmonioso como reza a tradição italiana. Sua posição de pilotagem tem boa ergonomia e proporciona pilotagem confortável mesmo em deslocamentos de longo percurso.
Especificações
Motor – bicilíndrico em V a 90º, 4 tempos, 4 válvulas por cilindro, refrigeração líquida, duplo comando de válvulas
Cilindrada – 749 cc
Transmissão – 6 velocidades
Alimentação – injeção eletrônica
Suspensão dianteira – forquilha telescópica invertida com bengalas de 43 mm de diâmetro, 160 mm de curso e ajustes de pré-carga e amortecimento
Suspensão traseira – monoamortecedor ajustável com 160 mm de curso
Freio dianteiro – disco duplo “Wave” de 320 mm de diâmetro com pinça de 4 pistões
Freio traseiro – disco simples “Wave” de 240 mm de diâmetro com pinça de pistão único
Potência máxima – 92 hp a 8.750 rpm
Torque – 8,36 kgm a 4.500 rpm
Tanque – 12 litros
Peso seca – 186 kg
Fonte: motoaction