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sábado, 11 de dezembro de 2010

Casais de brasileiros numa viagem dos sonhos pela Europa




Tudo começou em 1999 quando Eurico Pereira estava em um passeio em Gramado e recebeu um panfleto para a realização de um “tour” de moto pela Europa. Ele achou interessante a proposta e pensou que, um dia, ainda faria aquela viagem.

Passados mais de 10 anos, ainda com o panfleto em mãos, Eurico foi conhecer a tal empresa que oferecia aquele pacote turístico e gostou da apresentação e da organização demonstrados. Para ficar ainda mais divertido, Eurico e sua esposa Vera Aguiar convidaram o casal Jesus e Odila de Aguiar para ir com eles, e a proposta foi aceita.

O contrato para participar da viagem pela Europa foi assinado pelos dois casais três meses antes da partida e considerava passear de moto em grupo com outros brasileiros vindos de diferentes regiões pela Suiça, Alemanha, Áustria, Itália e França.

Neste período que antecedeu a partida uma ansiedade muito grande tomou conta dos casais, além da preocupação com várias medidas que deviam ser encaminhadas como passaporte, escolha de roupas adequadas, acessórios, etc. A viagem teria início no dia 16 de setembro de 2010, próximo do começo  do outono no velho continente e, em alguns locais de lá, eles já pegariam bastante frio.

Eis que finalmente chegou o dia da partida de Porto Alegre, passando por Curitiba, São Paulo, Frankfurt (Alemanha), Zurique (Suiça) até chegar ao destino final na cidade de Thun (Suiça). Lá os dois casais se reuniriam a um grupo que totalizaria 36 pessoas, todos brasileiros, vindos dos Estados de MS, PR, SC, RJ, SP, MG e eles do RS. Seria um comboio de 16 motos e mais 2 vans de apoio.

O primeiro dia de viagem, no dia 18 de setembro, teria 280 Km de percurso de Thun até às margens do lago Konstanz, na Alemanha, e a 2.600 metros de altitude. Eurico, Vera, Jesus e Odila escolheram para sua viagem duas BMW RT 1200, outras motos, como Harley-Davidson, também podiam ser escolhidas.

Neste percurso, o grupo teve o seu primeiro contato com o frio, umidade e a neblina de certos trechos era tão intensa que mal dava para enxergar a lanterna da moto que ia à frente. Aproximadamente na divisa entre a Suiça e a Áustria eles pararam em um pitoresco restaurante onde comeram um sanduíche de baguete com iguarias locais muito saborosas. A rotina da viagem consideraria refeições leves no almoço, deixando para o jantar nas cidades um maior desfrute da gastronomia européia. O primeiro pernoite foi no hotel Graf Zeppelin em Konstanz, uma cidade histórica cujas fundações datam de 300 a 400 anos antes de Cristo.

No dia seguinte, domingo (19), foi possível curtir a cidade e fazer algumas compras. O almoço foi numa cervejaria onde até um simpático casal de franceses se juntou ao grupo e, naquela tarde, foi muita alegria com música, cantoria e, é claro, bastante chopp. A noite traria a surpresa da degustação de um prato curioso, joelho de porco, que simplesmente foi adorado por todos e a festa entrou pela madrugada adentro.

De Konstanz o grupo rodou para Cortina D´Ampezzo, Itália, passando pela Áustria, subindo pelos Alpes. Uma viagem puxada, pois seriam 400 Km de estrada, mas que foi atenuada pela beleza exuberante das montanhas. Segundo Vera, “se a viagem terminasse ali, já poderia se considerar paga, mas ainda bem que tinha muito mais por ver”. Cortina D´Ampezzo é charmosíssima e, para quem não sabe, foi a sede das Olimpíadas de Inverno nos anos de 1944 e 1956.

A próxima parada seria simplesmente a maravilhosa cidade de Veneza, depois de 220 Km de estrada. Na cidade dos canais e das gôndolas, um acontecimento especial, se comemoraria também o aniversário de Vera, 21 de setembro. À noite, a festa para a aniversariante foi regada com muito espumante.

Os casais tiveram todo o dia seguinte para passear pela cidade. Foram até o café mais antigo de Veneza, à praça de São Marcos e passearam de gôndola, é claro. Como curiosidade, o passeio de gôndola é razoavelmente caro, custa em torno de 100 euros para 6 pessoas e os condutores executam este trabalho há gerações, pois a atividade é passada de pai pra filho. A profundidade média do canal é de 4,5 metros, mas, em alguns pontos, chega a 6 metros.

A próxima etapa, após 190 Km, considerava dar uma paradinha no Museu da Lamborguine e em Maranello visitar a fábrica da Ferrari. Foi possível dar uma voltinha de 20 minutos nestas super máquinas pelo valor de 100 euros. O “test drive” é realizado pelas ruas da cidade e é uma experiência muito excitante. Mais 210 Km ainda no mesmo dia e se chegaria a um hotel que fica às margens do Mar Mediterrâneo. O longo dia na estrada seria recompensado com um jantar com lagosta e, mais uma vez, muito espumante para comemorar.

O dia 24 de setembro seria de grande glamour, pois o grupo iria rodar pela “Costa Azurra” para entrar na França e passar nada menos do que em Mônaco, a terra dos grandes iates, cassinos e palco da corrida mais elegante da Fórmula 1. Dali, o passeio seguiria até St. Paul de France, uma cidade medieval com uma bem conservada muralha que a protegia. St. Paul é um quase como um shopping center a céu aberto, com muita arte e artesanato chiquerésimos e bem caros e uma bela vista do mar. O pernoite foi em Cannes, um luxo, cidade onde acontece um dos mais importantes e refinados festivais de cinema do mundo. Para se ter um idéia do alto nível da cidade, lá os táxis são só Mercedes Benz, Audi ou BMW. O hotel onde os casais ficaram, o Martinez, tinha até um píer próprio. Ainda foi possível visitar Grasse, cidade conhecida como a capital do perfume francês e conhecer melhor as divinas praias de Cannes.

O passeio continuava e o próximo destino seria Millau, França, passando pela ponte mais alta do mundo. Mais 480 Km no dia mais frio do “tour”, com apenas 3 graus positivos, mas com sensação térmica negativa. Em Millau a paisagem é totalmente medieval e quase tudo é feito em pedra, até os telhados das casas, o que aumenta ainda mais a sensação de frio, mas é uma visão deslumbrante.

Rodando pelo interior da França por mais 430 Km, passando por inúmeros vilarejos, aos pés dos Alpes, se chegaria em Annecy, França, que é uma cidade muito florida e é também considerada a “Veneza Francesa”, só que a água dos canais provem do degelo de um grande lago que fica entre a cidade e as montanhas e os canais são rasos, não sendo navegáveis.

Próximo de Annecy fica Xamonix e, no percurso, a visão próxima da famosa montanha “Mont Blanc” era inspiradora.

O “tour” de moto acabaria no dia seguinte após os últimos 280 Km rodados entre Annecy e o retorno para Thun, sempre tendo os Alpes como cenário. Findava o passeio com motos, mas ainda haveria a viagem de trem bala de Thun até Paris, a cidade luz, onde, durante três dias seria possível conhecer algumas das atrações que encantam turistas do mundo todo, tais como o Museu do Louvre, a Torre Eiffel e a Galeria Lafayette. Em Paris, as indicações são muito precisas e não é difícil se locomover. O ticket de ônibus tem validade de 48 horas e integra todas as linhas, o que permite se deslocar gastando muito pouco.

O retorno se deu no dia 2 de outubro, encerrando momentos maravilhosos e que ficarão marcados para sempre nas mentes destes viajantes.

Além do já narrado, fica o relato de que as auto estradas européias são maravilhosas, há muitos pedágios e não são baratos, mas a qualidade das vias compensa. São extremamente limpas, sinalizadas, com proteção para o vento e túneis muito longos, alguns com mais de 18 Km de extensão. A polícia não se vê, mas está lá, não faça nada errado, pois eles podem aparecer a qualquer momento como que do nada. Em um único dia foi possível cruzar 5 fronteiras. O euro é a moeda do continente, mas na Suiça a moeda circulante ainda é o franco suíço. É bom contar com um cartão de crédito internacional e uma boa dica é usar “travel money”.
Fonte: sobremotos.com.br

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