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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

De carona no foguete

Se alguém aparece com algum “negócio barulhento”, todo mundo quer curtir. Uns têm carro turbo, outros têm ideias mirabolantes e a maioria tem um projeto-sonho na cabeça. No entanto, podemos dizer que um cara daqui já realizou o seu sonho: Edu Bernasconi, chefe da casa, é detentor do recorde nos 402 m para motos, com 8,8s a 275 km/h — no Festival de 2009. Para melhorar o tempo, a moto ganhou novo coletor de escape, turbo maior, troca de marchas no botão e um booster para controlar a pressão durante a arrancada, além de uma pintura maluca. Agora, são 480 cavalos, mas...
É claro que ninguém reclama de excesso de potência. Pelo menos, nunca ouvi dizer: “Está forte demais, melhor tirar um pouco”. Se destraciona, pista ruim ou pneu mal calibrado, frio... Se empina, largou errado, não queimou embreagem. No caso dessa GSX-R1000, ano 2007, não é diferente. “A moto está estranha, balança demais lá no final da reta e, mesmo que eu queira controlar, parece que ela vai na direção que quer”, conta Edu, após sua primeira puxada (de 9,2s) no Autódromo Internacional de Curitiba. 

E não é para menos: a foto acima, à direta, foi tirada no final dos 402 metros da pista (acesse www.revistafullpower.com.br para ver o detalhe na foto em alta resolução). A roda dianteira está no ar, a mais de 250 km/h! Não deve ser a mais tranquila das sensações... Isso, mesmo com a balança alongada, que aumenta o entre-eixos da moto em até 20 cm, especial para provas de Arrancada. 

Por dentro do foguete
Montar uma moto dessas não é tarefa simples e muita coisa tem que ser desenvolvida, já que a modalidade ainda está nascendo no Brasil. Edu já teve uma Hayabusa turbo e, como diz Bruno Herrera, preparador, tratava-se de uma moto “burra”. “A Busa era fácil de enganar, mas essa GSX-R é enjoada”, brinca. O sistema eletrônico, bem mais complexo, trouxe dificuldades, mas a moto funciona perfeitamente na injeção original (são oito bicos injetores) com auxílio de Power Commander (controlador de injeção) e uma bomba de combustível Bosch, muito da fortona: trabalha com 10 bar de pressão. 
No lugar do turbo 2860RS utilizado no recorde do ano passado, entrou outro Garrett roletado. Agora é um 3071R, bom para até 480 cv. “O primeiro turbo era para, no máximo, 360 cv. Por isso decidimos trocar”, explica Bruno, que instalou pistões e bielas forjados (Wiseco e Carrillo, respectivamente) no motor 1.0. Durante a temporada de 2009, Edu utilizava uma embreagem original, que durava algo em torno de três puxadas. Agora, um sistema centrífugo ajuda os discos a colarem pra valer. Além de não patinar, dá pra largar com o giro alto para apavorar já nos primeiros metros. O melhor 60 pés (18 metros) foi feito em 1,45 segundos, no ano passado. 

A Suzuki 1000 ganhou outras melhorias para a quarta etapa do Paranaense/Brasileiro. A troca de marchas, que antes era feita no pé e sem a utilização de manete de embreagem, agora tem sistema air shifter, pneumático. Basta clicar a buzina a qualquer rotação para que haja um corte de ignição durante uma fração de segundos e um pistão especial empurra a alavanca para a entrada da próxima marcha no câmbio de seis velocidades. 

Tudo isso de acelerador colado, mão no fundo! Além de uma troca de marchas mais rápida, a falta de potência depois dos primeiros 200 metros iniciais era nítida e foi o fator principal para a troca do turbo, já que a potência era boa para largar. Por isso, entrou também um controle de pressão acionado pelo piloto durante a puxada. A moto larga com 0,5 kg de pressão em primeira marcha e a mantém na segunda. Depois de engatar a terceira marcha, um clique no relampejador de farol alto libera o booster, que levanta a pressão para 0,9 kg, enquanto um bico extra controlado por HIS joga mais combustível. Em quarta, mais um toque leva a pressão para 1,2 kg e fica assim em quinta, última marcha utilizada na puxada.
 
Fonte: revistafullpower.com.br

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